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Português acusado nos EUA por tráfico de tecnologia militar

25-08-2010 14:22

Um cidadão português residente em Macau enfrenta uma pena de prisão de até 45 anos nos Estados Unidos, depois de ter sido considerado culpado de tentar exportar ilegalmente tecnologia usada pelas forças norte-americanas e da OTAN.

O caso de Chi Tong Kuok, também conhecido por Edison Kuok, voltou ao tribunal federal de San Diego na segunda-feira, tendo o juiz Roger Benitez marcado nova audição para 13 de Setembro, depois de ouvir os argumentos finais da defesa e da acusação.

A sentença deveria ter sido lida segunda-feira, mas "o juiz quis rever depoimentos gravados pelo acusado", explicou Debra Hartman, responsável de comunicação da procuradoria do sul da Califórnia.

"Kuok poderá recorrer da sua condenação e da sentença" para instâncias superiores, adiantou a mesma responsável à Agência Lusa.

O cidadão português aguarda o desfecho do processo em detenção num centro prisional de San Diego.

De acordo com Debra Hartman, o júri já deu como provada a acusação de lavagem de dinheiro, que implica uma pena que pode ir até 20 anos de prisão e multa de 500 mil dólares.

Kuok, detentor de passaporte português e residente em Macau, foi ainda considerado culpado de tentativa de exportar material de defesa sem licença (máximo de 10 anos de prisão e multa de um milhão de dólares), tráfico de bens (até 10 anos, 250 mil dólares de multa) e conspiração (5 anos e 250 mil dólares de multa).

Detido numa operação com agentes infiltrados

Em causa está a tentativa de exportar para Macau e Hong Kong, sem a obrigatória licença, equipamento de comunicação, encriptação de dados e GPS.

Um membro da administração norte-americana afirmou recentemente à revista “Wired” que os destinatários desse equipamento eram responsáveis do governo de Pequim.

Kuok foi detido em Junho de 2009, na sequência de uma operação que envolveu agentes infiltrados das autoridades norte-americanas de imigração e fronteiras.

O condenado vinha negociando há largos meses com os fabricantes, incluindo grandes conglomerados de Defesa como a Thales e a General Dynamics.

O objectivo era a compra de um controlador de equipamentos de rádio tácticos (VDC-300), de um sistema de GPS usado pelas forças norte-americanas e NATO (PSN-13) e um rádio (PRC-148) concebido especialmente para o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos.

Também dois tipos de encriptador de dados (CYZ-10 e KG-175) usados por forças militares ocidentais estavam na "lista de compras" de Chi Tong Kuok, segundo a acusação dada como provada pelo júri do tribunal de San Diego.
 

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